Dizem que Oxalá emergiu do Olorun, o divino reino celestial, moldado com argila branca pelos cuidados meticulosos dos deuses supremos. Sua criação carrega a pureza da alvura, simbolizando a inocência e a perfeição divina. E assim, Oxalá se tornou o arquiteto primordial, moldando a existência a partir do caos primordial.

Na cultura iorubá, Oxalá é reverenciado como o pai de todos os Orixás, o detentor da sabedoria que guia os destinos dos mortais. Seu bastão de prata, símbolo de autoridade, representa a paz que ele traz ao universo. Sua importância transcende o tempo, pois ele é o criador, o legislador divino que estabelece a ordem cósmica.

Histórias antigas contam sobre suas intervenções benevolentes na vida dos seres humanos. Em uma dessas lendas, Oxalá desceu à Terra, carregando consigo a cabaça da criação, derramando água e formando rios, mares e lagos. Ele também trouxe a agricultura, ensinando aos mortais como cultivar a terra para sustento.

Hoje, Oxalá é lembrado nos dias de quinta-feira, associado à pureza, à criação e à harmonia. As cores branco e prata o representam, simbolizando a luz e a paz que ele oferece ao mundo. Sua energia é tranquila, mas poderosa, guiando aqueles que buscam equilíbrio e clareza em suas vidas.

O sincretismo religioso, fruto da diáspora africana, fundiu Oxalá com diversas divindades em diferentes culturas. No Brasil, ele é muitas vezes identificado com o Senhor do Bonfim, uma representação católica. Essa fusão reflete a capacidade de adaptação e preservação da cultura iorubá em terras distantes.

Em cada oração dirigida a Oxalá, os devotos buscam não apenas a paz interior, mas também a orientação sábia para enfrentar os desafios do mundo. Assim, Oxalá permanece como o sábio patriarca, olhando para nós do reino celestial, sempre disposto a guiar aqueles que buscam a harmonia e a luz.